A Justiça do Rio Grande do Sul condenou seis homens pelo assassinato brutal da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, ocorrido em Alegrete, na Fronteira Oeste do estado. A decisão foi proferida no domingo (30) pelo juiz Rafael Echevarria Borba, da Vara Criminal da Comarca local.
Crime premeditado e execução
Priscila, de 40 anos, morava em Dublin, na Irlanda, e havia retornado ao Brasil para resolver questões relacionadas ao inventário de seu pai. O crime foi premeditado pelo primo da vítima, Emerson da Silveira Leonardi, que acreditava que ela possuía uma grande quantia em dinheiro e planejava se apropriar da casa onde estava hospedada. Para isso, ele organizou o crime junto a integrantes de uma facção criminosa.
Na noite de 19 de junho, por volta das 23h, Priscila foi atraída para a casa de Emerson sob o pretexto de uma falsa corrida de aplicativo. Ela foi levada para um cativeiro, onde sofreu agressões antes de ser morta por asfixia mecânica e traumatismo craniano. Seu corpo foi enterrado e encontrado apenas em 6 de julho, após o aumento do nível do rio Ibirapuitã expor a cova.
Condenações e penas
Os seis envolvidos foram sentenciados por extorsão majorada com resultado morte, e três deles também por ocultação de cadáver. As penas aplicadas foram:
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Emerson da Silveira Leonardi, Gilmar Vargas Jaques, Paulo Cezar Guedes, Alex Sandro Ribeiro e Everton Siqueira Mayer: 45 anos de prisão cada um.
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Colaborador premiado (identidade protegida): 30 anos de prisão, devido à sua cooperação com a Justiça.
Além disso, Everton, Alex e o colaborador receberam penas adicionais que variam entre 1 ano e 13 dias e 1 ano, 6 meses e 20 dias pela ocultação do corpo. Todos os condenados cumprirão a pena em regime fechado, com exceção do colaborador, que poderá recorrer em liberdade.
Julgamento e repercussão
O juiz Rafael Echevarria Borba ressaltou a extrema crueldade e dissimulação do crime, destacando que Emerson, além de visar lucro financeiro, nutria ressentimento contra a prima. Durante o julgamento, provas como um contrato de confissão de dívida e relatos da vítima sobre provocações do primo foram apresentadas.
Os condenados tiveram suas funções no crime detalhadas:
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Emerson da Silveira Leonardi: primo da vítima e mentor do crime.
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Everton Siqueira Mayer (Gringo): articulador do sequestro e ocultador do corpo.
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Gilmar Vargas Jaques (Pônei): participou do planejamento e dirigiu o veículo do sequestro.
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Paulo Cezar Guedes (Paulo Fresta): escondeu o carro usado no crime.
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Alex Sandro Ribeiro: vigiou o cativeiro, assassinou a vítima e ajudou a ocultar o corpo.
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Colaborador premiado: participou do crime e auxiliou na ocultação do cadáver.
A identidade do colaborador segue protegida conforme previsto na Lei 12.850/2013. Apesar dos pedidos da defesa, o juiz negou a redução máxima da pena e a prisão domiciliar ao colaborador, considerando a gravidade do crime e sua repercussão internacional.
A decisão ainda cabe recurso.
Fonte: Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).