O que muda na saúde do coração com a chegada do outono

 


Com a queda das temperaturas, é hora de redobrar os cuidados com a saúde cardiovascular. Dra. Fernanda Weiler explica como pequenos ajustes nos hábitos podem fazer uma grande diferença na prevenção de doenças cardíacas

O outono chega trazendo uma mudança nas temperaturas, e com ela, novos cuidados com a saúde. Para a cardiologista Dra. Fernanda Weiler, médica cardiologista e especialista em Medicina do Estilo de Vida, é importante que as pessoas estejam atentas às possíveis alterações no organismo provocadas pelo clima mais frio, especialmente em relação à saúde do coração. Segundo a médica, a mudança de estação pode aumentar o risco de eventos cardíacos, como infartos e picos de pressão arterial, devido ao impacto do frio no sistema circulatório, especialmente para aqueles que já possuem fatores de risco preexistentes.

Com a chegada do outono, as temperaturas mais baixas fazem com que o corpo precisa trabalhar mais para manter a temperatura interna. Isso pode resultar em um aumento na pressão arterial, especialmente em pessoas com histórico de hipertensão ou outras condições cardíacas. O frio também pode alterar a especificidade do sangue, tornando-o mais espesso, o que aumenta o risco de tromboses e outros problemas cardíacos. Portanto, é essencial adotar hábitos que fortaleçam a saúde cardiovascular e melhorem a resistência do corpo à mudança de estação” , explica Dra. Fernanda.

A Medicina do Estilo de Vida, que é o foco de sua carreira, se baseia na premissa de que boas escolhas de vida, como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, gerenciamento do estresse e qualidade do sono, são fundamentais para manter o coração saudável em todas as estações. Dra. Fernanda defende que a mudança de hábitos não precisa ser radical, mas sim uma adaptação gradual e constante.

A alimentação desempenha um papel fundamental nesse processo. " No outono, a dieta deve incluir alimentos que favoreçam o fortalecimento do sistema cardiovascular, como alimentos ricos em antioxidantes, fibras e gorduras boas, como abacate, nozes, peixes ricos em ômega-3 e leguminosas da estação. É importante também reduzir o consumo de alimentos processados ​​e ricos em sal, que podem aumentar a pressão arterial" , afirma a Dra. Fernanda.

Outro pilar essencial é a prática regular de atividade física. No outono, o clima mais ameno torna a estação ideal para atividades ao ar livre, como caminhadas, corridas leves e exercícios em contato com a natureza. " A atividade física regular melhora a circulação sanguínea, reduz o estresse e ajuda a controlar a pressão arterial. Mesmo em temperaturas mais baixas, não devemos abandonar a prática. Ao contrário, ela é ainda mais importante para manter a saúde do coração ", explica a médica.

Além disso, o gerenciamento do estresse é outro fator crucial para a saúde cardiovascular, especialmente quando as mudanças sazonais podem afetar o humor e o bem-estar. Dra. Fernanda recomenda técnicas de relaxamento, como meditação, yoga ou até mesmo momentos de lazer em família, para equilibrar os níveis de dopamina, ocitocina, serotonina e endorfina, hormônios essenciais para o bem-estar e a saúde emocional. " O estresse crônico é um dos principais fatores que diminuem para doenças cardíacas. No outono, com a mudança de rotina e os dias mais curtos, pode ser um bom momento para rever os hábitos e dedicar-se mais ao autocuidado" , sugere.

Por fim, a qualidade do sono não pode ser negligenciada. A redução das horas de luz no outono pode afetar o ciclo circadiano e a qualidade do sono. " Dormir bem é fundamental para a recuperação do corpo e para o equilíbrio da pressão arterial. O sono insuficiente pode aumentar o risco de doenças cardíacas, então, é importante estabelecer uma rotina que favoreça um descanso adequado ", completa Dra. Fernanda.

Sobre a Dra Fernanda Weiler: Dra Fernanda Weiler é formada em medicina pela Universidade de Brasília (UNB) com residência em cardiologia pela mesma Universidade. É membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e certificado internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida. Entre 2014 e 2015 foi professora da UNB, mesma Universidade em que se formou.

Sua extensão em Medicina do Estilo de Vida, feita na Harvard Medical School (EUA) fez com que Dra Fernanda passasse a olhar a saúde cardíaca como resultado também (e principalmente) das escolhas de vida de cada pessoa. Defensora da atividade física e da promoção dos bons hábitos, dedica parte de sua carreira a incentivar seus pacientes e seguidores das redes sociais a adotarem melhores hábitos no que tange aos seis pilares da Medicina do Estilo de Vida.

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