A obesidade é uma doença de etiologia não totalmente elucidada. No entanto, existe um consenso na literatura de que ela é causada por diferentes fatores, o que a determina como uma enfermidade multifatorial, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Diagnosticada quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é igual ou superior a 30 kg/m², esse índice é calculado dividindo o peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros). A condição está associada a diversas doenças, cuja incidência é significativamente maior entre pessoas obesas.
Diabetes, hipertensão, colesterol alto, doenças cardíacas como angina e infarto, problemas articulares, apneia do sono e insuficiência respiratória e cardíaca estão entre as principais complicações associadas à obesidade. Essas condições aumentam as taxas de mortalidade, reduzem a expectativa de vida e impactam significativamente a qualidade de vida, tornando o controle do peso essencial. Para minimizar esses riscos, a perda do excesso de peso é fundamental.
A obesidade tem aumentado rapidamente no Brasil, acompanhando o processo de transição nutricional do país. Nesse cenário, observa-se uma mudança significativa nos hábitos alimentares, com a redução do consumo de alimentos naturais, ricos em nutrientes essenciais e o aumento da ingestão de produtos ultraprocessados, que contêm altos teores de açúcar, sal e gorduras, mas baixo valor nutricional. Além disso, a urbanização e suas consequências, como a mudança nos padrões alimentares e a redução da prática de atividades físicas, têm contribuído diretamente para o crescimento do sobrepeso e a piora dos indicadores nutricionais.
Essa mudança, ocorrida em um período relativamente curto, faz com que a obesidade se torne um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, já que aproximadamente 20,3% da população adulta brasileira apresenta obesidade e, até 2030, estima-se que as prevalências alcancem 68,1% para sobrepeso e obesidade combinados.
Pesquisas e dados apontam que para as mulheres, a previsão é que, em 2030, a taxa de obesidade alcance 30,2%, enquanto o sobrepeso alcance 37,7%. Nos homens, a estimativa para a obesidade é de 28,8% e para o sobrepeso de 39,7%. Essa crescente epidemia de obesidade já tem gerado e continuará a gerar uma maior carga epidemiológica e econômica para o Brasil, devido às comorbidades associadas e aos custos que elas acarretam.
O combate à obesidade no Brasil exige a implementação de políticas públicas eficazes e abrangentes. Algumas medidas fundamentais incluem campanhas educativas para conscientizar a população sobre a importância da alimentação equilibrada e os riscos do excesso de peso, além da inserção de programas de educação nutricional nas escolas, incentivando hábitos saudáveis desde a infância. Também é essencial a regulamentação mais rigorosa dos alimentos ultraprocessados e o incentivo à produção e ao consumo de alimentos naturais e orgânicos, reduzindo a dependência de produtos industrializados.
POR:Emily Fernanda da Silva Souza